22 de novembro de 2008

Casca nova, espírito velho.


Olho pela janela, o trem passa pelo túnel, vejo uma face distorcida do que eu fui.
Me vejo velho, desgastado e obsoleto.

Não sei o que há, por mais que eu me esforce me sinto fora do tempo que acho que vivo.

Meu nome é Wilson Domeneghetti mas esse não é meu verdadeiro nome.Assim sou numa cidade de vidro: paranóico numa casca racional, perdido com um mapa em mãos.


Saio de casa para viver uma carreira da qual me sinto vivo e a primeira coisa que desejo fazer quando estou lá , é voltar para casa e me esconder.


O peso da mochila aumentou exponencialmente, e o ar me falta às vezes.


Olho casais na rua e por mais que meus desejos ocultos sejam de estar no lugar feliz e iluminados deles, desvio da calçada e engulo os soluços de um choro revoltado... de um despreparo para uma vida da qual não vivi o suficiente para dizer que conheço.


Concentro em alguns momentos do dia uma vontade imensa de gritar, só que minha covardia impede que esse sentimento exploda.Como gritar em silêncio não é possível, um fragmento meu mantém aquela vibraçao de mal estar.


Tenho 21 anos, mas parece que minha alma viajou por todos os tempos, por todas as memórias e nessa fração de tempo que parece ser a minha vida, desistiu de continuar, perdeu o prazer de viver.

Não sei o que há, só sei que me sinto só, me sinto velho, me sinto fraco, mesmo não parecendo ou expondo isso.Para muitos sou um exemplo, uma esperança, uma força aliada, um amigo, mas depois de tanta ingenuidade minha, nunca fui um amor pleno, talvez somente num passado distante por 7000km e 4 anos.

Eu queria a resposta a essa dúvida, pois o tempo passando está, e continuo envelhecendo além do normal.

Tira-me essa dor...

Existia magia, fogo e paixão O sangue corria quente, fervoroso em nossas veias. Nossos corações batiam alucinadamente descompassados. Um...